A despedida ao Camarada, Manuel Brita.
Ainda o mês de outubro, do ano findo, não tinha chegado a meio e tive o conhecimento de que o meu antigo camarada de armas não estava a passar bem de saúde. Da maneira como disse que se sentia, fiquei preocupado. Não por ser entendido em medicina mas pela forma como descreveu o que o incomodava.Depois de desligar o telefone, decidi fazer-lhe uma visita surpresa. Se rápido resolvi, melhor o fiz. A 13 de outubro, encontrei-o sorridente, embora se notasse nele uma sombra de preocupação. O tempo da visita, como sempre passou célere. Falamos de variadíssimas coisas da vida, de alguns projectos que embora não sejam cumpridos, não deixarão de os ser na imensidão do tempo. No fim da visita, um toque de punhos fechados, conforme as regras da infame covid 19. Diz-me o meu amigo Manuel Brita a sorrir: Só? Não, disse-lhe eu. Avançando um passo, dei-lhe um abraço de amigo para amigo, embora não soubesse que era o último abraço que lhe dava nesta vida.O Camarada e amigo Manuel José Churra Brita, natural de S. Vicente, Elvas, faleceu, vítima de aneurisma cerebral, no dia 21 de Dezembro de 2020, depois de dois meses de internamento no hospital de S. José em Lisboa.Mais uma vez expresso à sua esposa, filho e demais família, em meu nome e de todos os camaradas do ex-pelotão de reconhecimento fox, 8870/72, a que orgulhosamente fazia parte, as nossas sentidas condolências.
A. Almeida.